A confraternização entre famílias e amigos e a animação dos foliões nas arquibancadas lotadas do Sambão do Povo marcaram os desfiles do Grupo Especial. 

Não faltaram adereços coloridos, fantasias, samba no pé e muito bom humor do público. Os noivos Luana Vital, 32, lojista, e Santiago Moreira, 24, assistente administrativo, estavam eufóricos. 

"Só de tocar a bateria o coração já bate forte. O Carnaval está no sangue do povo capixaba. Temos um Carnaval muito lindo", disse Luana.

Santiago veio ao Sambão pela primeira vez e aprovou. "Estou achando muito bonito o Carnaval. Tem uma organização e uma estrutura muito bacanas".

Famílias

"Eu e minhas irmãs sempre viemos ao Sambão e, em seguida, embarcamos para o Rio de Janeiro para acompanhar as escolas. Queremos aproveitar, afinal Carnaval é isto: muito amor, carinho e respeito. Queria que todas as escolas ganhassem porque acho todas lindas. Mas eu gosto muito da Jucutuquara", afirmou Christina Batista, 58 anos, aposentada, ao lado das irmãs Julia Batista, 70, e Célia Nunes Batista, 63.

Ricardo da Silva, 47 anos, que trabalha com bateria automotiva, estava na arquibancada com o filho, Ricardo Júnior, 15 anos, e a sogra, Maria da Penha, 82. Ele aguardava o desfile da esposa e da cunhada.

"Samba é tudo de bom. Mesmo torcendo para a MUG, quero acompanhar o desfile da Jucutuquara porque a minha esposa vai desfilar lá. Independente de qual escola vença, estou torcendo para que a festa seja bonita", declarou Ricardo.

"Já está no meu sangue gostar de samba. Vim pela primeira vez para acompanhar a minha família e estou gostando muito", destacou Ricardo Júnior.

Irmãs Célia, Júlia e Cristina não escondiam alegria na hora dos desfiles. Foto: Paula M.Bourguignon/PMV

"Era um sonho das minhas duas filhas estarem desfilando e hoje elas conseguiram realizar. Estou orgulhosa disso", comentou Maria da Penha.

Alegria

Namorando há cinco meses, Rogério Aguiar, 68, e Sonia Regina Martins, 68, não escondiam a alegria. "Todo o ano que venho é uma alegria. Acredito que Carnaval é a hora dos brasileiros esquecerem um pouco  seus problemas e serem mais felizes", falou Rogério.

"Eu estou adorando o Carnaval aqui. Super organizado e bem seguro. Nada melhor que uma boa companhia para aproveitar o Carnaval", ponderou Sonia Regina.

NOVO IMPÉRIO NA AVENIDA

Novo Império traz reflexões sociais sobre a infância

A Novo Império foi a quinta escola a desfilar no Sambão do Povo, na madrugada deste domingo (16), e mostrou que o Carnaval pode mesclar beleza e alegria com reflexões sociais. Com o enredo “O bê-a-bá dos guris – uma lição para todos”, a escola de samba de Caratoíra levou para a avenida a infância e seus direitos segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completa 30 anos em 2020.

A Novo Império foi a quinta escola a desfilar no Sambão do Povo. Foto: Leonardo Silveira/PMV

A ideia do tema ganhou força quando a porta-bandeira mirim da Novo Império, Maria Alice, que também é filha do presidente, Alessandro Souza Santos, disse que queria ver a escola falando sobre as crianças na avenida. O carnavalesco Petterson Alves logo abraçou a ideia e começou a estudar o Estatuto da Criança e do Adolescente para fazer o samba-enredo. E então surgiu o “Bê-a-bá dos guris”

Além de destacar o ECA, a Novo Império também trouxe em destaque uma ala mostrando as crianças em situação de rua, em um ambiente sombrio, com brigas e abandonado. Um cenário que se destacou diante das outras alas da escola, coloridas e alegres.

A Novo Império também destacou a saúde na infância, com um carrossel de vacinas e componentes fantasiados de gotinhas e vírus.

A escola destacou ainda, a parte lúdica das crianças, com alas repletas de pessoas fantasiadas de doces, com direito a algodão doce para a plateia e de brincadeiras como futebol, cubo mágico e amarelinhas. 

Para finalizar o desfile, a Novo Império trouxe um carro alegórico com o ECA e outros livros, seguido de crianças e adultos vestindo becas, numa alusão de que a educação é o melhor caminho para a infância e para o futuro da sociedade.

IMPERATRIZ DO FORTE

Imperatriz do Forte revive a Rota Imperial no Sambão do Povo

Penúltima escola a desfilar, a Imperatriz do Forte levou para o Sambão do Povo toda a riqueza histórica e beleza da Rota Imperial, a estrada que ligava Vitória a Ouro Preto, em Minas Gerais, no século XVIII. Com o enredo "Das Terras de Vila Rica à Vila Nova do Espírito Santo: Imperatriz Engalanada Apresenta a Rota Imperial de São Pedro D’Alcântara", a agremiação atravessou a avenida com 1.300 componentes, 21 alas, 3 carros alegóricos e 2 tripés.

A Imperatriz do Forte levou para o Sambão do Povo toda a riqueza histórica e beleza da Rota Imperial. Foto: Carlos Antolin/PMV

De volta ao Grupo Especial no ano passado, depois de ser campeã, em 2018, no Grupo de Acesso, o desafio da escola neste ano é manter-se na elite do Carnaval de Vitória. Para isso, a escola fez várias apostas: Vinicius Moraes como intérprete oficial, Giseli Simon e Juliana Thomaz, mãe e filha, como Madrinha e Rainha de Bateria, e primeiro casal, formado por Dayse Ferreira e Gedilson Rodrigues.

Além disso, o diretor de carnaval, Elídio Netto, conduziu, com uma comissão, o desenvolvimento do desfile, que contou com a participação de Rodrigo Coelho. 

Ficha técnica

Presidente: Gilson Barcelos ( Xará)
Vice Presidente: Penha Lemos
Diretor de Carnaval: Elídio Netto
Comissão de Carnaval: Elídio Netto e Rodrigo Coelho
Enredista: Marcos Lima
Mestre de Bateria: Ramon Máthias
Intérprete: Vinícius Moraes
Coreógrafo da Comissão de Frente: Luciano Coelho e Pothiara
Primeiro Casal: Dayse Ferreira e Gedilson Rodrigues
Mestre de Bateria (mestre de cerimônias): Mestre Kira
Madrinha de Bateria: Giseli Simon
Rainha de Bateria: Juliana Thomaz
Musas: Joyce Krystiny e Janine Souza
Coordenadora de Passistas: Jennifer Riveiro
Componentes: 1300
Alas: 21
Carros alegóricos: 3
Tripé: 2

Samba de Enredo: "Das Terras de Vila Rica à Vila Nova do Espírito Santo: Imperatriz Engalanada Apresenta a Rota Imperial de São Pedro D’Alcântara"

Compositores: Gigi da Estiva, Gustavinho Oliveira, Danilo Garcia, Rafael Tinguinha e Caio Alves

SÃO TORQUATO ENCERRA OS DESFILES

São Torquato faz uma viagem pelas emoções do imaginário

A São Torquato fez um convite irrecusável este ano: embarcar numa fantástica viagem ao "Portal das Ilusões". A escola, que já entrou na passarela com o dia claro e iluminado pelo sol, mostrou os contos de fada, valorizou o dom da vida, a fé, a divina inspiração e o que pode haver para além do mundo visível, onde não há a certeza. Uma viagem que valeu a pena por estimular, com muito brilho e fantasias, o público a repensar sua existência.

A escola de Vila Velha fechou os desfiles do Carnaval de Vitória. Foto: Leonardo Silveira/PMV

A agremiação, que venceu o Grupo A em 2019, teve um desfile repleto de seres mágicos com foco da comunidade. A escola de Vila Velha fechou os desfiles do Carnaval de Vitória, neste domingo (16), e foi feliz na abordagem dos reinos encantados e seus principais personagens por meio de um enredo criativo.

O samba da vermelho e branco mostrou um universo múltiplo. Figuras que percorreram lugares por meio da imaginação. A agremiação canela-verde entrou na passarela com 1,5 mil componentes, divididos em 21 alas e três carros alegóricos, além de um tripé.

"Abrindo os portais da ilusão. Contos de fadas têm romances e belezas, princesas e gnomos, heróis imortais. No reino encantado, a revelação. Espelho me diz quem é a mais bela do nosso sambão", dizia o samba-enredo.

"Nós pensamos em um mundo que se transforma em uma grande caixa de surpresas a todo momento e que encanta o espírito. O imaginário é parte inseparável da existência humana, em todos os momentos, e nossa comunidade se uniu para estimular a imaginação de quem veio se divertir", disse o presidente da São Torquato, Jonas Scneider.

Colorido

Pássaros de todos os tamanhos, borboletas, peixes e os seres aquáticos foram representados na passarela com o bom gosto típico dos melhores artistas de confecção. As profundezas do mundo das águas, os sonhos, a magia dos oceanos... tudo criado para emocionar e para tocar, arrepiar.

A proposta do enredo foi mostrar que jamais teremos as respostas aos nossos mais antigos anseios, mas sempre faremos uso da ilusão para continuar a persegui-los e que de ilusão também pode-se viver, por que não? Muito bem.

A escola apresentou uma mistura de fé e samba que incendiou o Carnaval. Mostrou um universo múltiplo, com figuras em constante movimento, percorrendo vários caminhos, conhecendo outros lugares.

O olhar multicolorido de uma nova terra, o reino dos rituais midiáticos, ou seja, os meios de comunicação, arrebatando as massas, a televisão, a verdadeira janela da vida que faz da ilusão a realidade, e da realidade a ilusão. (Com informações da Prefeitura de Vitória)