CIDADANIA

Cresce número de crianças com registro apenas com nome da mãe

Desde 2020, mais de 16 mil crianças foram registradas no Espírito Santo apenas com o nome da mãe.

Em 10/05/2025 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

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Números dos Cartórios de Registro Civil do Espírito Santo mostram que no ano passado 3.150 recém-nascidos foram registrados no estado apenas com o nome da mãe em sua certidão de nascimento.


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Neste Dia das Mães, dados dos Cartórios de Registro Civil do Espírito Santo evidenciam um aspecto marcante da maternidade no estado: o número de crianças registradas apenas com o nome da mãe. Desde 2020, mais de 16 mil recém-nascidos foram registrados sem o nome do pai na certidão de nascimento. Só em 2024, esse número superou os 3 mil.

Números dos Cartórios de Registro Civil do Espírito Santo mostram que no ano passado 3.150 recém-nascidos foram registrados no estado apenas com o nome da mãe em sua certidão de nascimento. Desde 2020, esse número chega a mais de 16 mil. Apesar do número expressivo de recém-nascidos sem a paternidade registrada em 2024, o Espírito Santo apresentou uma leve redução de 4,7% em relação a 2023, quando foram registrados 3.307 casos.

Reprodução assistida

“Com as transformações sociais dos últimos anos, surgiram novas formas de organização familiar, impulsionadas por avanços como a reprodução assistida e a inseminação artificial. Paralelamente, o reconhecimento de paternidade também se tornou mais acessível, podendo ser feito diretamente em cartório, de maneira ágil e sem a necessidade de um processo judicial”, afirma Fabiana Aurich, vice-presidente do Sindicato dos Notários e Registradores do Espírito Santo (Sinoreg/ES).

Os dados estão disponíveis na página "Pais Ausentes", no Portal da Transparência do Registro Civil, plataforma nacional administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), que reúne informações sobre nascimentos, casamentos e óbitos registrados nos 7.654 Cartórios de Registro Civil em todo o país, presentes em todos os municípios e distritos brasileiros.

Espírito Santo registrou 3.065 crianças sem o nome do pai em 2020, 2.951 em 2021, 3.042 em 2022, 3.307 em 2023 e 3.150 no ano passado. Até maio deste ano, já são mais de mil recém-nascidos registrados apenas com o nome da mãe em todo o estado. São Paulo lidera o número de registros no país, com mais de 146 mil nos últimos cinco anos, seguido por Bahia (69.814), Rio de Janeiro (66.916), Minas Gerais (61.467) e Pará (55.233).

Mãe em dobro

Nos últimos anos, os registros de dupla maternidade em certidões de nascimento vêm se consolidando como um reflexo da diversidade nas configurações familiares no estado. De acordo com dados dos Cartórios de Registro Civil, entre 2020 e 2024, os dados anuais foram: 23 em 2020, 11 em 2021, 15 em 2022, 8 em 2023 e 4 em 2024. Em 2025, até o momento, foi registrado um caso, número que ainda pode crescer até o final do ano. Esses dados mostram como o reconhecimento legal da parentalidade por duas mães tem avançado, promovendo cidadania e igualdade de direitos às famílias homoafetivas.

Como reconhecer a paternidade

O procedimento de reconhecimento de paternidade pode ser feito diretamente em qualquer Cartório de Registro Civil do país desde 2012, quando foi regulamentado pelo Provimento nº 16 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Assim, não é mais necessária decisão judicial nos casos em que todas as partes concordam com a resolução. 

Nos casos em que iniciativa seja do próprio pai, basta que ele compareça ao cartório com a cópia da certidão de nascimento do filho, sendo necessária a anuência da mãe ou do próprio filho, caso este seja maior de idade. Em caso de filho menor, é necessário a anuência da mãe. Caso o pai não queira reconhecer o filho, a mãe pode fazer a indicação do suposto pai no próprio Cartório, que comunicará aos órgãos competentes para que seja iniciado o processo de investigação de paternidade.

Desde 2017 também é possível realizar em Cartório o reconhecimento de paternidade socioafetiva, aquele onde os pais criam uma criança mediante uma relação de afeto, sem nenhum vínculo biológico, desde que haja a concordância da mãe e do pai biológico e que a criança tenha 12 anos ou mais. Neste procedimento, caberá ao registrador civil atestar a existência do vínculo afetivo da paternidade ou maternidade mediante apuração objetiva por intermédio da verificação de elementos concretos: inscrição do pretenso filho em plano de saúde ou em órgão de previdência; registro oficial de que residem na mesma unidade domiciliar; vínculo de conjugalidade – casamento ou união estável – com o ascendente biológico; entre outros.

Sobre o Sinoreg/ES
O Sindicato dos Notários e Registradores do Estado do Espírito Santo – (Sinoreg/ES), sucessor da ARPEN-ES, exerce suas funções de apoio e congregação dos interesses e direitos das serventias extrajudiciais, atuando como propagador de informações e, especialmente, lutando contra os abusos em defesa da classe. (Por Alexandre Lacerda e Lucas Valadão/AsImp)

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